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Postado por sistema da informação
SÃO PAULO - A interpretação dos dados mudará tudo em nossa vida. Um bit é a unidade básica digital: um ou zero. Um byte são 8 bits. Um quilobyte equivale a 1 000 bytes, ou meia página de texto. Mil quilobytes somam 1 megabyte, um quinto de toda a obra de William Shakespeare. Mil megabytes equivalem a 1 gigabyte, tamanho suficiente para armazenar um filme de uma hora. Com 1 000 gigabytes temos 1 terabyte, e com 15 terabytes digitalizamos toda a biblioteca do Congresso americano. Mil terabytes dão 1 petabyte, um quinto do conteúdo de todas as cartas distribuídas pelo correio dos Estados Unidos durante um ano. Mil petabytes somam 1 exabyte, que equivale a 10 bilhões de exemplares de uma única revista. Mil exabytes equivalem a 1 zettabyte, que é um pouco menos que a soma total de dados a serem produzidos pelo mundo inteiro durante este ano de 2010. Mil zettabytes equivalem a 1 yottabyte, que... Esses cálculos foram apresentados numa edição especial da revista britânica The Economist sobre esta grande mercadoria do século 21: dados. Uma casa “normal” hoje pode receber 34 gigab0y de informação per capita a cada dia. Somente cinco por cento dessa massa0 é “estruturada”, ou seja, pode ser lida e analisada em computadores. Os outros 95 por cento surgem num caótico fluxo de sinais de TV e conversas pelo telefone. Segundo a The Economist, vai se dar muito bem quem souber “garimpar ar” 0 esses dados. Todos os dias geramos mais e mais informação como nas compras online. Além das transações em si, elas geram informações que podem ser aproveitadas ou não. E a questão não é só comercial. Com a análise de dados, pode-se criar uma nova forma de relacionamento entre governo e cidadão. Uma prefeitura pode, por exemplo, indicar num mapa da cidade os crimes que ocorrem a cada dia. A partir dele, os habitantes podem verificar onde estão os pontos críticos que precisam de providências e os locais mais seguros. Ou seja: sinais digitais em proporções gigantescas podem ser usados em papo-furado pelo celular, ou podem mudar o próprio conceito de administração pública. Ou de engenharia, nutricionismo, educação. E criamos um novo tipo de profissão: gente que possa traduzir graficamente, de maneira prática e clara, o que está sendo computado. O economista Herbert Simon levantou esse problema já em 1971: “Informação consome a atenção de seus receptores. Portanto, a riqueza de informação cria a pobreza de atenção”. Está chegando o momento em que nossa saúde será medida em fluxos contínuos de informação. A solução de uma crise cardíaca poderá depender do modo como nossos dados clínicos estão sendo lidos pelos computadores. E pelo modo como nós e nossos médicos entendemos essas informações transmitidas pela internet. A leitura de dados vai passar a ser uma questão literal de vida ou morte. Nossa próxima casa poderá ser escolhida segundo o mesmo princípio. A profissão dos nossos netos também. Tudo vai depender do jeito como vamos lidar com nossos yottabytes.
Artigo: Yottabytes e o futuro
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